sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A Carteira - Aleef Moraes

Esse texto foi uma proposta da aula de Português, onde os alunos deveriam se basear na história "A Carteira" de Machado de Assis, para criar um novo conto.
Peço para que se você não leu ainda "A Carteira - Machado de Assis", leia antes de ler o meu conto, porque se não, não fará muito sentido à história.
Obs.: Eu postei o conto na postagem anterior a essa.


******

 D. Amélia estava em casa lavando roupa quando ouve batidas fortes na porta. Resolveu verificar e ao fazer isso um homem alto, de olhos claros e expressão preocupada, entra na sala. Era Gustavo.
 D. Amélia, curiosa pergunta o que aconteceu e Gustavo lhe diz que perdeu sua carteira, com dinheiro, cartões e alguns bilhetes confidenciais para ela. D. Amélia tentou confortá-lo dizendo que alguém encontraria e devolveria, mas isso ao invés de acalmá-lo, fez com que ele assumisse uma feição de quem tenta controlar o desespero, mas deixa isso transparecer nos olhos.
 Ao perguntar-lhe o que havia acontecido, Gustavo conta a ela que refazer o caminho procurando pela carteira, ele encontra com um rapaz que conta ter visto um homem pegar a carteira e ir em direção ao café. Ao chegar lá, ele se deparara com seu amigo Honório, segurando a carteira.
 Depois de horas tentando inventar uma boa desculpa para os bilhetes de amor, de seu amigo para sua esposa, sem muito resultado, os dois ouvem batidas na porta. O coração deles assumiu uma velocidade incrível.
 Gustavo tomou coragem e abriu a porta. A surpresa tomou conta de seus rostos, ao verem parado à porta, não Honório, mas o policial que estava de ronda naquela noite.
 O policial pergunta por D. Amélia. Ela se levanta e se apresenta. O policial fitou-a como quem quisesse contar algo, mas lhe faltasse coragem. O silêncio ficou no ar por mais de dois minutos. Dois longos minutos. Até que o policial resolve despejar tudo de uma vez, como se isso fosse diminuir o impacto.
 - D. Amélia, o corpo de seu marido foi encontrado na margem do Rio Doce, muito próximo à ponte. Acreditamos que ele tenha se jogado.
 D. Amélia fica pálida e, quase chorando, pergunta:
 - Como sabem que é ele?
 O policial tirou uma carteira do bolso e disse:
 - Encontramos aqui, alguns bilhetes que diziam o quanto ele amava a senhora, D. Amélia.